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E por falar de “Visões de um Brincante no Reino Armorial”, tanto o disco quanto o novo show vem com um novo fôlego e se conecta à exposição “Movimento Armorial 50 Anos”, que tem rodado o país neste ano em comemoração à iniciativa de Suassuna e ao legado que deixou para a cultura brasileira.

O novo álbum retrata então as influências do Movimento Armorial através de três braços da cultura popular: o cordel, o teatro e a música, que também integram o espetáculo.

E traz oito faixas autorais: “Brincante” (Gilber Souto Maior), “Cordel” (Stephen Bolis), “Fervendo” (Stephen Bolis), “Xote em Campina Grande” (Gilber Souto Maior), “Zoca” (Gilber Souto Maior), “Macau” (Gilber Souto Maior), “Canto do Sertão” (Stephen Bolis) e “Caboclos de Nação” (Gilber Souto Maior). 

 

O repertório do show passeia ainda por toda a obra instrumental autoral do quinteto nestes 10 anos de estrada, como o compacto “Rebatida e  dois medleys que remetem ao primeiro disco “Um Homem Vestido de Sol. O público será convidado a viajar nas brincadeiras provocadas pela sonoridade dos folguedos como maracatu, xote, frevo, baião, cantorias, caboclinhos e cantigas.

A apresentação começa com a projeção de um minidocumentário sobre os dez anos do Madureira Armorial. O vídeo foi gravado nas dependências do Conservatório “Carlos Gomes”, em Campinas, referência na cidade com 95 anos de história, local onde o grupo se encontrou e firmou o compromisso com a propagação da cultura brasileira.

O enredo do show, que intercala músicas instrumentais e narração, é a estória de um brincante (folião) que acorda em seu sonho e se encontra com um ancião que o leva para uma viagem fantástica por alguns estados do Nordeste, onde ele é transportado de maneira mágica e, num piscar de olhos, cruza as fronteiras entre Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. 

Nesta viagem, o ancião apresenta ao brincante e ao público algumas facetas da cultura popular, e o diálogo se dá em forma de versos. O passeio também percorre a cidade natal de Antônio José Madureira e fala da sua importância dentro do Movimento Armorial. 

“A ideia é que cada pessoa da plateia tenha a oportunidade de criar o seu próprio cenário, enquanto ouve o diálogo gravado pelo ancião e o brincante, ou seja, a encenação fica a cargo da imaginação do público, já que nos blackouts entre as músicas surge a voz do ancião, dando um ar de ‘contação de história’”, diz o músico paraibano Gilber, que há doze anos adotou Campinas como sua cidade.

Vale destacar que o ator, diretor e dramaturgo paulistano Dirceu de Carvalho dá “vida” ao brincante e a narração do ancião foi gravada diretamente da Paraíba pelo poeta repentista Asa Branca do Ceará, hoje com mais de oitenta anos, ícone na cantoria popular, escritor de cordel e figura presente na história da tradição oral nordestina.

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